sexta-feira, 6 de março de 2009

O pó





Limpamos a areia dos sapatos
Mas sempre restará o pó.
Varremos o chão do quarto
Mas sempre restará o pó.
Deixamos a casa vazia
Mas sempre restará o pó.
Restará o pó se o amor terminar,
Restará o pó se o corpo morrer,
Restará o pó se o sol não nascer,
Restará o pó se o mundo acabar.
O pó da criança que não viveu,
O pó do lixo que virou pó,
O pó do espelho que se partiu,
O pó do corpo que caiu,
O pó do câncer que ainda não surgiu.
O pó do pó,
O corpo do pó,
O enterro do pó.
O pó eterno que varremos da mente.
O pó que não se esconde.
O pó da desgraça,
O pó da saudade.
O pó do pó,
A caveira do pó.
O pó que não se subtrai.
O pó que varremos da calçada
De uma cidade qualquer,
Que abriga os desabrigados do mundo,
Que nasceram do pó,
E voltarão a ser pó.
Pois o pó será eterno,
Mais eterno do que a eternidade,
E em sua forma de pó
O pó será sempre pó.
Mesmo que limpemos nossas almas
Nunca estará limpa o suficiente.
Pois ao pó voltaremos
E depois nasceremos,
Sempre em forma de pó.

2 comentários:

  1. ola acho quue ja conheço 1 ou 2 desses os novos saõ bem legais! abraços ...............

    ResponderExcluir
  2. moça vc é boa por demais!!
    rsrs
    beijos e fique com deus!!

    ResponderExcluir